É verdade, o universo das startups é repleto de terminologias específicas que refletem a cultura empreendedora e inovadora, muitas vezes não só oriunda do Vale do Silício, mas também proveniente da evolução e adaptação das próprias startups ao redor do mundo. Essa linguagem é essencial para facilitar a comunicação entre empreendedores, investidores, mentores e outros participantes desse ecossistema.

Primeiramente, importante reforçar o conceito de Startup: Startup é o termo usado para descrever uma empresa recém-criada (ou até mesmo um grupo de indivíduos) que está desenvolvendo uma ideia e procurando um modelo de negócios que possa ser replicado e expandido, em um cenário de incertezas. Startups são empreendimentos centrados em inovações e/ou avanços tecnológicos, transformando-se em negócios totalmente inovadores, os quais precisam validar diversos aspectos (o que estão vendendo, como estão vendendo, por que estão vendendo e para quem estão vendendo).

Desse modo, pontuamos os principais termos utilizados no universo das Startups:

Aceleradoras: as aceleradoras de startups são entidades que desempenham um papel fundamental no impulso inicial de projetos empresariais e de empresas em estágios iniciais. Elas oferecem um ambiente propício para o desenvolvimento, fornecendo orientação, capacitação, monitoramento e, por vezes, até investimentos para o projeto. É essencial destacar a diversidade de formatos que as aceleradoras podem ter. Algumas têm como objetivo apoiar startups de diferentes tipos e tamanhos, como a Liga Ventures. Outras são criadas por empresas específicas, focando em uma temática particular, e algumas fazem parte de programas governamentais de incentivo;

Escalabilidade: escalabilidade em uma startup refere-se à sua capacidade de expandir sua presença e alcançar um público mais amplo. Para alcançar isso, é fundamental que tanto as operações quanto a solução oferecida estejam bem estabelecidas e consolidadas;

Equity: é um formato de representação que mostra a distribuição da propriedade entre todas as entidades envolvidas em uma startup. Ela fornece uma visão clara de quanto cada parte possui de participação (também chamada de "Cap Table”) na empresa. Em essência, demonstra como as fatias do bolo da sociedade são divididas entre os diversos sócios, investidores e quaisquer outras partes interessadas na startup. Isso é essencial para entender a estrutura de propriedade e de tomada de decisões dentro da empresa;

Investidor Anjo: o investidor anjo é alguém que decide investir seu próprio dinheiro na concretização e viabilização da Startup. Esse tipo de investimento abrange tanto recursos financeiros, como o capital, quanto recursos intelectuais, como conhecimentos e habilidades em gestão, mas ainda não configuram um investimento institucional no processo de financiamento por estágios, vivenciado pela maioria das startups. O investidor anjo não é considerado, juridicamente, um sócio do negócio;

Stakeholders: são os diversos indivíduos (ou grupos de indivíduos) que desempenham um papel fundamental no processo de desenvolvimento de um projeto ou produto de uma startup. Eles representam todas as partes interessadas que possuem algum tipo de vínculo ou interesse no que está sendo criado/produzido. Alguns exemplos de stakeholders em uma startup incluem os clientes, usuários, equipes de tecnologia e investidores. Essas pessoas e entidades têm influência e estão diretamente envolvidas no sucesso e na evolução da startup;

Unicórnio: o termo "unicórnio" é usado no mercado de startups para se referir a uma empresa que atingiu um valor de mercado (valuation) de pelo menos 1 bilhão de dólares, mesmo que ainda seja uma empresa privada e que não tenha feito nenhuma oferta pública inicial de ações (IPO). Essas empresas são consideradas raras, assim como os unicórnios na mitologia, e geralmente são altamente valorizadas por investidores devido ao seu potencial de crescimento excepcional. O termo "unicórnio" foi popularizado no cenário de startups nos últimos anos para descrever startups de grande sucesso e alto impacto. Podemos citar empresas que começaram como startups e transformaram-se em unicórnios e que hoje são mundialmente conhecidas, tais como: Netflix, Google, PayPal, Spacex, Nubank, Shein, Ifood, 99 Táxi, Gympass, entre outras;

Valuation: é um processo crucial para determinar o valor de uma startup. Nesse método, várias análises quantitativas são empregadas, abrangendo aspectos como a saúde financeira da empresa, a dinâmica do mercado em que ela atua e suas projeções de crescimento. Além disso, o cenário geral do negócio e suas perspectivas futuras também são minuciosamente avaliados. O valuation é muito utilizado para quantificar o valor de uma empresa no mercado, visando sua venda, por exemplo;

Venture capital ou Capital de risco: é uma modalidade de investimento fornecido por fundos de investimento para startups, com o objetivo de apoiar essas empresas em seus estágios iniciais. Essa prática envolve a alocação de recursos financeiros em empresas emergentes que, devido à sua natureza incipiente, apresentam um alto grau de risco para os investidores.

Sidnei José Nagalli Júnior - Greve Pejon Sociedade de Advogados