As práticas ESG (Environmental, Social, Governance), comumente chamado de ASG, que fazem referência ao meio ambiente, responsabilidade social e governança corporativa, ganhou grande destaque nos últimos tempos, principalmente após a pandemia do Corona Vírus, visto as mudanças que atingiram o mercado, no que diz respeito a estratégias de investimentos e modelos de gestão empresarial.
Os pilares do ESG baseiam-se em uma tríade de boas práticas, realizadas por empresas, tanto no campo ambiental, quanto no campo social, o que deriva de uma governança corporativa de qualidade, cuja finalidade é o bem estar social, não deixando de focar no lucro, estratégias corporativas e desenvolvimento econômico sustentável, a fim de garantir longevidade a organização.
Apesar de ser uma sigla que está em pauta desde o ano de 2004, passou a ter maior destaque no Brasil apenas durante a pandemia, quando registrou-se na prática que, as empresas que possuíam os pilares do ESG mais bem alinhados, tiveram maior sucesso no citado período. Esta nova questão, portanto, trouxe à tona o capitalismo de stakeholder, o qual possui foco sobre todas as partes interessadas, ou seja, todos aqueles que venham a sofrer quaisquer tipos de impactos que decorram das ações da organização.
Logo, em um primeiro momento, importante realçar o terceiro pilar da sigla, a letra “E”, que faz referência a questão da governança corporativa. É notório que a liderança é a parte mais importante do negócio, visto que é o local do qual partem as mudanças e estratégias de implementação, com reflexos em debates e caminhos a serem traçados, a fim de garantir estabilidade e crescimento de resultados empresariais.
Desta forma, os princípios basilares da governança corporativa são: transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa. Em outras palavras, é a aplicação de uma cultura organizacional na empresa, indo além das questões legais e regulatórias, garantindo uma transparência nas ações da empresa, através de uma gestão corporativa baseada em valores e igualdade entre as partes interessadas (stakeholders), de forma clara, objetiva, concisa e compreensiva, levando em conta os interesses, deveres, expectativas e necessidades das mesmas e, ao mesmo tempo, zelando pelo meio ambiente e sistemas, nos quais a empresa está inserida.
Portanto, quando se tem uma visão da empresa em curto, médio e longo prazo, com a implantação de uma gestão corporativa de qualidade e baseada nos pilares do ESG, também se obtém vantagens competitivas e melhores resultados, com efetiva avaliação e diminuição de riscos, o que resulta em longevidade, oportunidades de crescimento da organização, aumento de seu valor, uma imagem positiva diante do mercado, bem como garantia de melhora na qualidade de decisões, eliminando condutas e situações indesejáveis que possam gerar gastos, riscos e custos desnecessários.
Por fim, é a compreensão básica de que o impacto que a empresa gera no ambiente como um todo, retorna materializado de forma financeira a mesma, por isso a pauta ESG é tão importante e vem sendo foco de investimento para implementação dentro das diretrizes empresariais.
Matheus Matsuo Kawamata - Greve Pejon Sociedade de Advogados