Conforme divulgado atualmente pelo SEBRAE, 24% dos novos negócios abertos encerram suas atividades antes de completarem dois anos de existência e, ao final de quatro anos, essa proporção sobe para incríveis 50%.
Principalmente no caso das Startups, onde existe o foco principal de crescimento rápido da empresa, muitos negócios acabam precisando de investimentos de terceiros, exatamente para que não entrem na estatística mencionada acima. E dentre vários tipos de investimentos que podem desafogar e alavancar o desenvolvimento da organização, um deles se destaca quando o alvo são as Startups, conhecido como “Investidor Anjo”.
Na grande maioria dos casos o “Investidor Anjo” é um profissional já com certa experiência empresarial, como empresários, executivos e profissionais liberais, que buscam ingressar nas organizações para agregar valor através do compartilhamento de seus conhecimentos, experiência e rede de relacionamentos, além, é claro, de recursos financeiros. O Investido Anjo geralmente conhece muito bem o mercado de Startups e/ou o seguimento específico de atuação da empresa destinatária do investimento.
O termo “Investidor Anjo” vem do fato desse tipo de profissional dedicar boa parte de seu tempo e de seus recursos, tendo como finalidade a de desenvolver o negócio em sua fase inicial/estrutural. Como pagamento pelo investimento de seu tempo, utilização de sua rede de relacionamentos e de seu capital, recebe uma participação minoritária no negócio.
Vale ressaltar que o “Investidor Anjo”, via de regra, não assume uma posição executiva na empresa, ou seja, não se torna um Diretor, Gerente, CEO ou CFO do negócio. Sua atuação é muito mais assemelhada à de um conselheiro, que auxilia o administrador a tomar as melhores decisões pela organização, através de conselhos, experiências, informações e conexões.
Como exemplo de “Investidor Anjo” podemos citar os negócios formalizados no programa televisivo Shark Tank, onde os investidores recebem inúmeros empresários que relatam todas as informações sobre suas empresas, em busca de que, ao menos um deles, acredite em suas ideias e em seu plano de negócios, adquirindo participação societária minoritária da organização e passando a auxiliar no desenvolvimento e crescimento da empresa.
Importante ressaltar que o investimento anjo não é uma atividade filantrópica, ou seja, que o investidor realiza tão somente com o intuito de ajudar outros empresários que estão começando. O “Investidor Anjo” tem como objetivo investir em empresas que poderão lhe proporcionar alto potencial de retorno. Exemplificando: ele adquire 10% do capital social de uma empresa avaliada em R$ 100.000,00, pelo valor correspondente ao referido percentual, de R$ 10.000,00.
Em um ano, o “Investidor Anjo”, utilizando de sua experiência, de sua rede de contatos e de seu investimento, auxilia o Diretor da empresa fazendo com que o negócio cresça rapidamente, chegando ao final do respectivo ano com a empresa avaliada em R$ 1 milhão de reais. Automaticamente, os 10% do negócio que foram adquiridos pelo “Investidor Anjo” não valem mais R$ 10.000,00, mas sim R$100.000,00. O resultado do investimento foi de 10x o valor aportado por ele inicialmente.
Outra modalidade de “Investidor Anjo” é a que se embasa na Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Através desta o “Investidor Anjo” não se torna sócio ou acionista da empresa, ou seja, não adquire cotas ou ações. Ele simplesmente investe seu capital e posteriormente será remunerado através de participação na distribuição dos lucros da organização. Dr. Enrico Gutierres Lourenço – Núcleo de Inovações e Negócios.